6 de maio de 2013

Efemeridade de raízes



Ninguém passa desapercebido. Cada um tem um presente pra te entregar, ujm pedaço de entrega pra deixar com você. Nem todo presente nos agrada, mas ainda assim nos é importante em algo. Algumas contribuições são sorrisos, flores, alegrias. Outras, decepções, roupa de número menor ou maior ou cara emburrada. Na escolha, obviamente, a primeira leva de presentes é vencedora, soberana, rindo da segunda. Mas no fundo é a roupa de número errado que nos incomoda e nos faz lembrar de pontos que precisamos mudar em nós mesmos. Algumas vezes temos que nos esticar, algumas nos encolher. Em outras, o ajuste é na roupa. E até a decisão de jogar fora a tal roupa que nunca vai te servir mas deixou um apego emocional é difícil. E ensina.

Tudo passa muito rápido. Mas a intensidade e forma com que cada coisa acontece e cada pessoa passa por nós é que mostra as raízes que se instalam na nossa terra, querendo ou não. E uma variável complementa a outra. Não é porque algo foi intenso que teve a forma correta para criar raiz. O contrário também é válido. Essa combinação é poderosa e pode criar raízes tão fortes capazes de romper qualquer concreto colocado por cima delas. É aí que entra aquele primeiro fator: o tempo. Com ele, vivências sensacionais deixam de ter tanto brilho ou ganham ainda mais, cenas cotidianas e banais ganham força ou são simplesmente esquecidas com o passar das horas.

Bom é poder olhar pra trás e enxergar tudo com carinho e respeito, afinal essa é a vida que fez quem você é hoje. Ainda assim, a nostalgia deve ter o limite do seu eu atual. É ele que manda em tudo e diz o que serve e o que não presta.

Apesar de efêmero, pode enraizar. Apesar de enraizar, pode nunca florescer. E ainda assim a natureza é bonita e perfeita.

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