Não, não sou contra o namoro, pelo contrário. É a favor dele que solto essa frase. Não entendeu nada? Beleza, vamos começar do começo.
Hoje, na hora do almoço ouvi a seguinte frase:
Ser fiel pra que, xuxu? Não vale a pena, ouve o que eu te falo.
Desculpa, mundo, mas não consigo concordar. Mundo? Aliás, esse me intriga nesse quesito. Cada vez mais eu conheço menos gente que nunca traiu. Gente que eu nunca imaginei, gente que eu achava que não seria capaz... pluft! Já foi. E sempre 'acabou acontecendo'.
Ok, todos temos instinto, vontades, mas não sei, não somos seres humanos? Não é isso que nos diferencia do resto dos animais? Pode ser conservadorismo, e acho que realmente é. Pode ser que um dia eu pague minha língua, mas que realmente não. Essas situações de 'sem querer' eu até consigo me exercitar um pouco pra compreender. Mas tem aquelas pessoas que namoram, querem o título e tem um saco de galhada em casa pra colocar na cabeça do seu respectivo/sua respectiva todo dia.
Isso me assusta um pouco, porque me sinto totalmente fora do mundo. Será que sou realmente otário de acreditar em fidelidade? Ou mais do que isso, em sinceridade, honestidade, lealdade? Não estou condenando quem namora em um esquema 'relacionamento aberto'. Esses continuam sendo sinceros, honestos e leais, pois se propuseram a isso. Mas não consigo aceitar de bom grado chifre colocado forçadamente na cabeça do outro. Eu já fui traído por quem um dia amei e sei o quanto é ruim. O quanto você se desaponta com a pessoa e isso pra mim é pior do que raiva. Decepção é foda, pois bota os teus valores em jogo também.
Mas quando olho pra trás, não me arrependo nem um pouco por não ter traído nas várias oportunidades que tive (e olha que eram 'oportunidades de ouro'). Minha consciência é limpa e sei que fiz o meu melhor pra minha relação, mesmo que a outra pessoa tenha sido suja o suficiente pra fazer isso.
E é engraçado, porque estou escrevendo isso e sei o tanto de gente que vai ler e pensar no quão exagerado estou sendo, ou se estou sendo hipócrita, ou que não conheço nada da vida, sei lá. Vejo a cara das pessoas lendo isso (se chegarem até o final do texto). Então nesse post nem espero comentários. Mas precisava botar isso pra fora.
Sou careta, não acho traição legal e tenho orgulho disso.
Você gostando ou não. Você me achando inocente e utópico demais ou não.
Aliás, tem muitos outros sentidos onde sou careta, mas não vem ao caso agora. E acho engraçado também que por ter e manter esses valores, algumas pessoas acham que eu não faço nada mais ousado. E quando conto algumas coisas que já fiz, rola uma puta hipocrisia na célebre "sério? 'cê tá zuando!".
Eu posso brincar e experimentar várias coisas, mas alguns valores são meio enraizados em mim e acho que nem que eu tentasse ficaria bem. Eu não gosto de traição, assim como não gosto de drogas. E você vê gente que condena os drogados, mas é usuário. Você vê quem condena os gays mas é enrustido. Vê quem preza pela 'família e bons costumes' e trai.
E ainda acham hipócrita a Sandy fazer campanha de cerveja sem beber. Porra!
Voltando ao foco do assunto, não acho errado quem paquera, por exemplo. Paquera é um jogo de gato e rato que faz bem pro ego e só. Mas aí que tá! Tem que ter culhão pra brecar quando a coisa avançar o limite. Lembra da frase? "Não sabe brincar não desce pro play". Paquerar no metrô, retribuir aquela encarada na rua, não tem problema na minha visão. Mas daí a marcar encontro às escondidas tem um grande espaço.
E se você quer putaria, porque não optar pelos 'sex friends' ou 'friends with benefits' (amigos com benefícios), como são chamados? Pra que botar os sentimentos dos outros em jogo?
Porque não escolher um caminho só no cruzamento acima?
Quer putaria? Namorar pra que?